Ola,
Depois de ler o inacreditavel texto do Marinho Pinto sobre as recordações que tem do seu proprio nascimento (…), ouvi o excerto disponibilizado no link e, o que me custa mais a acreditar, é como a sua posição assenta numa falacia perfeitamente inadmissivel para um jurista.
A adopção não é natural. Por hipotese. Trata-se de uma instituição social que procura corrigir injustiças “cometidas” pela natureza. Neste caso especifico, “imitar a natureza” seria… voltar a matar os pais do orfão, ou dar de novo à criança pais incapazes de a educar…
Que se possa debater a questão de saber quais devem ser os moldes da familia de acolhimento da criança adoptada, tendo em conta o superior interesse da criança, tudo bem. Discuta-se esse ponto. Pessoalmente, concordo com a posição da Isabel Moreira e de muitos outros. Mas admito que o assunto é melindroso e não me parece que devamos disqualificar por principio quem pensa de outra maneira. Devemos mesmo ouvir com atenção qual é a fundamentação desta posição.
Agora defender que a co-adopção é inadmissivel porque é anti-natural substituir uma mãe é apenas estupido.
Estupido… e inadmissivel da parte de quem tinha a obrigação de saber do que fala quando se refere à adopção.
A não ser que Marinho Pinto tenha compreendido que não existem argumentos racionais em favor da sua posição e que não lhe resta outra alternativa do que apelar a reacções emocionais. O que também pode ser o caso…
Boas